sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O LIS


Fermoso rio Liz, que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que umas sobre outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o vão destes penedos;

Verdes lapas, que ao pé de altos rochedos
Sois moradas das Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores, ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde Amor tantos segredos:

Se vós, livres de humano sentimento,
Em quem não cabe escolha nem vontade,
Também às leis de Amor guardais respeito,

Como se há-de livrar meu pensamento
De render alma, vida e liberdade
Se conhece a razão de estar sujeito?

(Francisco Rodrigues Lobo)

Sem comentários:

Enviar um comentário